quarta-feira, 26 de maio de 2010

Espeleologia Científica

Série documental "Espeleologia".

Episódio III













Fonte: CEAE-LPNCentro de Estudos e Actividades Especiais
Liga para a Protecção da Natureza

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Espeleologia- Exploração e Comportamento

Segunda Parte



Preparar uma exploração de ponta deve implicar uma pesquisa prévia sobre a zona onde está inserida, sobre a história do lugar e, acima de tudo, das explorações anteriormente realizadas. A Exploração é um acto em que nunca podemos prever em concreto o seu resultado final sendo, por isso, difícil precaver todas as situações.

[1] Este facto autêntico passou-se numa gruta dos Pirenéus da região de Áriège, bem conhecida dos pré-historiadores: guarda estátuas de argila únicas no mundo e a sua descoberta deve-se a uma sorte extraordinária.

Durante uma expedição cuja finalidade era o levantamento de gravuras das paredes de um divertículo da gruta, os filhos do conde Begouen descobriram uma passagem extremamente estreita que parecia dar acesso a uma série de galerias. Após várias horas de esforços, conseguiram alargar a passagem obstruída por concreções estalagmíticas e penetraram numa vasta e comprida galeria belamente concrecionada. O seu trabalho de pré-historiadores consistia em examinar conscienciosamente as paredes a fim de descobrir, se fosse possível, quaisquer novas pinturas ou gravuras. As delicadas e difíceis observações foram negativas e, pesarosos por aquele resultado decepcionante, caminharam lentamente até ao extremo da gruta que terminava em fundo de saco.

Como é regra em semelhantes casos, cada um deles escolheu um lado da galeria e os dois irmãos esperavam encontrar-se no fundo quando, estupefactos, tiveram de parar mesmo no último instante para não esmagar três bisontes esculpidos na argila, coisa até então desconhecida e que continua a ser única no mundo!

Foi grande o espanto, enorme a emoção. Refeitos da estupefacção, examinaram mais de perto aquele conjunto nada vulgar, dando voltas ao redor para melhor observarem todas as formas, e partiram logo a seguir para avisar o pai e os amigos que, sem quererem acreditar, foram imediatamente ver e admirar aquela descoberta extraordinária. Maravilhoso, direis. Sem dúvida, mas aquela descoberta sensacional não deu todos os resultados que se poderiam ter registado se tivesse sido feita nos nossos dias, pois espeleólogos experientes teriam agido diferentemente e não se lamentariam depois por não terem pensado naquilo que poderiam ter acrescentado à sua descoberta.

Ao redor dos bisontes, no chão, encontrar-se-iam, certamente, vestígios de pegadas, as quais permitiriam acompanhar as deslocações dos escultores ou dos oficiantes de cenas de magia e talvez, como aconteceu noutros lugares, determinar o seu número, idade…

Talvez houvesse também, no chão, sinais mágicos, como se encontraram seguidamente noutros locais da mesma gruta, mas certamente de menor importância do que aqueles que se poderiam ter encontrado naquele local especialmente escolhido para colocar as estátuas. Não restavam, portanto, para estudar, senão aquelas esculturas de bisontes. Mas que será feito dos vestígios da presença humana esmagados pelas sólidas botas dos exploradores?

Como é que se pode pensar em tudo?

Ainda que não esperemos fazer descobertas raríssimas, devemos manter uma atenção permanente e qualificada, pois elas podem surgir aos nossos olhos, de um momento para o outro, no mais profundo de uma caverna.

Muito mais culpados são os que, por negligência, antes de penetrarem numa gruta conhecida, omitem informar-se acerca do que foi descoberto pelos seus predecessores.

Assim foram esmagadas, por aqueles mesmos que as procuravam, as moldagens e gravuras no solo que faziam da gruta de Montespan um valioso lugar da pré-história.

Uma tal ignorância é criminosa, pois nestes casos não há a desculpa da surpresa.

[1] Transcrição do livro de Michel Bouillon “Descoberta do Mundo Subterrâneo”, pag. 13 e14 ano 1972.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Espeleologia- Exploração e Comportamento

Primeira Parte

A espeleologia é a ciência que tem por princípios a procura, exploração, observação e interpretação das cavernas. Cada gruta é uma “guardiã” da profundidade do tempo, de um mundo dentro do mundo, migrado da superfície e aqui serenamente pausado mas em eterna transformação.

Os espeleólogos são os exploradores de primeira linha do mundo subterrâneo. São eles os vocacionados, os que possuem a formação básica ou especializada que lhes permite, numa exploração, identificar os primeiros aspectos da importância patrimonial e científica de cada novo lugar.

A responsabilidade dos espeleólogos sobre este legado é imensa, pois cada um deixa uma marca específica no local onde exerce a sua exploração e daí a importância do modo como actuam. Pode-se perder para sempre, num fragmento de tempo, o testemunho de milhares ou milhões de anos.

Compreender os fenómenos do mundo subterrâneo para melhor agir é um exercício que está muito para além das qualidades físicas e desportivas. As grutas simplesmente não são, para esse fim, o melhor local para as exibir.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tábua Árabe - Tradução


No seguimento da colaboração e apoio ao Projecto de investigação e valorização do património arqueológico de Sesimbra, que teve início em 2007, o CEAE-LPN, no decurso do levantamento topográfico de uma das 27 grutas identificadas com vestígios arqueológicos, fez uma descoberta no mínimo invulgar:

A descoberta de uma placa islâmica que, tratando-se de uma descoberta inédita, foi objecto de grande curiosidade acerca da sua tradução.

48ª SURATA

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

1. Em verdade, temos te predestinado um evidente triunfo,(1501)

2. Para que Deus perdoe as tuas faltas, passadas e futuras, agraciando-te e guiando-te pela senda reta.

3. E para que Deus te secunde poderosamente.

4. Ele foi Quem infundiu o sossego nos corações dos fiéis para acrescentar fé à sua fé. A Deus pertencem os exércitos dos céus e da terra, porque Deus é Prudente, Sapientíssimo.

5. Para introduzir os fiéis e as fiéis em jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente, bem como absolver-lhes as faltas, porque é uma magnífica conquista (para o homem) ante Deus.

6. É castigar os hipócritas e as hipócritas, os idólatras e as idólatras que pensam mal a respeito de Deus. Que os açoite a vicissitude! Deus os abominará, amaldiçoá-los-á e lhes destinará o inferno. Que péssimo destino!

7. A Deus pertencem os exércitos dos céus e da terra, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.

8. Em verdade, enviamos-te por testemunha, alvissareiro e admoestador,

9. Para que creiais (ó humanos) em Deus e no Seu Mensageiro, socorrendo-O, honrando-O e glorificando-O, pela manhã e à tarde.

10. Em verdade, aqueles que te juram fidelidade(1502), juram fidelidade a Deus. A Mão de Deus está sobre as suas mão; porém, quem perjurar, perjurará em prejuízo próprio. Quanto àquele que cumprir o pacto com Deus, Ele lhe concederá uma magnífica recompensa.

11. Os que ficaram para trás, dentre os beduínos(1503), dir-te-ão: Estávamos empenhados em (proteger) os nossos bens e as nossas famílias; implora a Deus que nos perdoe! Dizem, com seus lábios, o que os seus corações não sentem. Dize-lhes: Quem poderia defender-vos de Deus, se Ele quisesse prejudicar-vos ou beneficiar-vos? Porém, Deus está inteirado de tudo quanto fazeis.

12. Qual! Imagináveis que o Mensageiro e os fiéis jamais voltariam às suas famílias; tal pensamento desenvolvia-se nos vossos corações! E pensáveis maldosamente, porque sois um povo desventurado.

13. E há aqueles que não crêem em Deus e em Seu Mensageiro! Certamente temos destinado, para os incrédulos, o tártaro.

14. A Deus pertence o reino dos céus e da terra. Ele perdoa quem quer e castiga quem Lhe apraz; sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.

15. Quando marchardes para vos apoderardes dos despojos, os que ficarem para trás vos dirão: Permiti que vos sigamos! Pretendem trocar as palavras de Deus. Dize-lhes: Jamais nos seguireis, porque Deus já havia declarado (isso) antes. Então vos dirão: Não! É porque nos invejais. Qual! É que não compreendem, senão poucos.

16. Dize aos que ficaram para trás, dentre os beduínos: Sereis convocados para enfrentar-vos com um povo dado à guerra; então, ou vós os combatereis ou eles se submeterão. E se obedecerdes, Deus vos concederá uma magnífica recompensa; por outra, se vos recusardes, como fizestes anteriormente, Ele vos castigará dolorosamente.

17. Não terão culpa o cego, o coxo, o enfermo. Quanto àquele que obedecer a Deus e ao Seu Mensageiro, Ele o introduzirá em jardins, abaixo dos quais correm os rios; por outra, quem desdenhar, será castigado dolorosamente.

18. Deus Se congratulou com os fiéis, que te juraram fidelidade, debaixo da árvore.(1504) Bem sabia quanto encerravam os seus corações e, por isso infundiu-lhes o sossego e os recompensou com um triunfo imediato,

19. Bem como com muitos ganhos que obtiveram, porque Deus é Poderoso, Prudentíssimo.

20. Deus vos prometeu muitos ganhos, que obtereis, ainda mais, adiantou-vos estes e conteve as mãos dos homens, para que sejam um sinal para os fiéis e para guiar-vos para uma senda reta.

21. E outros ganhos que não pudestes conseguir, Deus os conseguiu, e Deus é Onipotente.

22. E ainda que o incrédulos vos combatessem, certamente debandariam, pois não achariam protetor nem defensor.

23. Tal foi a lei de Deus no passado; jamais acharás mudanças na lei de Deus.

24. Ele foi Quem conteve as mãos deles, do mesmo modo como conteve as vossas mãos no centro de Makka(1505), depois de vos ter feito prevalecer sobre eles; sabei que Deus bem vê tudo quanto fazeis.

25. Foram eles, os incrédulos, os que vos impediram de entrar na Mesquita Sagrada e impediram que a oferenda(1506) chegasse ao seu destino. E se não houvesse sido por uns homens e mulheres fiéis, que não podíeis, distinguir(1507), e que poderíeis ter morto sem o saber, incorrendo, assim, inconscientemente, num crime hediondo, Ter-vos-íamos facultado combatê-lo; foi assim estabelecido, para que Deus pudesse agraciar com a Sua misericórdia quem Lhe aprouvesse. Se vos tivesse sido possível separá-los, teríamos afrontado os incrédulos com um doloroso castigo.

26. Quando os incrédulos fomentaram o fanatismo - fanatismo da idolatria - em seus corações Deus infundiu o sossego em Seu Mensageiro e nos fiéis, e lhes impôs a norma da moderação, pois eram merecedores e dignos dela; sabei que Deus é Onisciente.

27. Em verdade, Deus confirmou a visão(1508) do Seu Mensageiro: Se Deus quisesse, entraríeis tranqüilos, sem temor, na Sagrada Mesquita; uns com os cabelos raspados, outros com os cabelos cortados, sem medo. Ele sabe o que vós ignorais, e vos concedeu, não obstante isso, um triunfo imediato.


28. Ele foi Quem enviou o Seu Mensageiro com a orientação e com a verdadeira religião, para fazê-las prevalecer sobre todas as outras religiões; e Deus é suficiente Testemunha disso.


29. Mohammad é o Mensageiro de Deus, e aqueles que estão com ele são severos para com os incrédulos, porém compassivos entre si. Vê-los-ás genuflexos, prostrados, anelando a graça de eus e a Sua complacência. Seus rostos estarão marcados com os traços da prostração. Tal é o seu exemplo na tora e no Evangelho,(1509) como a semente que brota, se desenvolve e se robustece, e se firma em seus talos, compraz aos semeadores, para irritar os incrédulos. Deus prometeu aos fiéis, que praticam o bem, indulgência e uma magnifica recompensa.

Fonte: http://www.islam.com.br/quoran/traducao/s48_al_fath.htm

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gruta Garganta do Cabo

Esta foi a exploração que o Daniel fez connosco que merece ser lembrada: o Daniel é o que está de fato azul…



Destino


Acordo como os pássaros cativos,

Com a ária da vida nos ouvidos.

Acordo sem amarras nos sentidos,

Fiéis à sempiterna liberdade...

Nada pôde vencer a lealdade

Que juraram à deusa aventureira.

Nem as grades do sono, nem a severidade

Da noite carcereira.



Acordo e recomeço

O canto interrompido:

O desvairado canto

Da ira irrequieta...

- O canto que o poeta

Se obrigou a cantar

Antes de Ter nascido,

Antes de a sua angústia começar.

Miguel Torga

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Adeus Daniel...

Faleceu o Daniel, o nosso benjamim...

Só tinha vinte aninhos!!

Não pergunto porquê, porque sei que ninguém consegue responder… simplesmente a vida tem destas coisas. Não escolhe, não selecciona, não ajuíza, simplesmente é implacável!

Ainda agora, nas nossas saídas de campo, brincava contigo, ria contigo, te dava incentivo para continuares connosco, porque a tua juventude, a tua humildade e carácter, faziam de ti uma pessoa muito querida entre nós: eras o nosso benjamim…

Qual será o sentido desta vida amigo? Diz-me agora tu, diz-me tu, se é que existe verdadeiramente alguma coisa para lhe dar sentido.

Um grande adeus ou um até já meu amigo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Prospecção do Desconhecido

Série documental "Espeleologia".

Episódio II





Fonte: CEAE-LPNCentro de Estudos e Actividades Especiais
Liga para a Protecção da Natureza