segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Gruta do Sono

Localização: Serra dos Pinheirinhos.
Concelho: Sesimbra.
Distrito: Setúbal.

Resenha histórica
A gruta do Sono foi descoberta a 20 de Novembro de 2004 por Rui Francisco e José Brazinha durante uma prospecção na área. Inicialmente detectada através de um minúsculo buraco do tamanho de um dedo, foram necessárias 3 horas para desobstruir a entrada e mais um dia para se conseguir aceder à segunda sala.
Nesse mesmo ano, foi ainda realizada uma pequena desobstrução de sondagem no canto NW da segunda sala entretanto interrompida.

O nome de “gruta do sono” deveu-se ao facto de um companheiro de exploração estar constantemente a dormir dentro da caverna. A gruta é extremamente seca e a temperatura média é de 18ºC.


Memória descritiva
Situada a cerca de 1,5km a SW da Aldeia de Pinheirinhos e a 200m de altitude, é uma cavidade fóssil basicamente constituída por duas salas. A primeira, muito sedimentada por vários depósitos, tem aproximadamente 15m2 e abre-se sobre uma diáclase bem marcada no tecto. No canto SW da primeira sala, por uma passagem muito estreitada, pode-se aceder à segunda sala. Esta é maravilhosamente concrecionada, quase limpa de depósitos argilosos e com uma área aproximada de 105m2 por uma altura, no seu ponto mais alto, de 2,40m. Toda a gruta desenvolve-se em unidades sedimentares do Jurássico médio (J2 pe) – Calcários de pedreiras, com uma orientação preferencial de 255º.
Tem um desnível máximo de -6,40m e uma área total aproximada de 120m2.



Outros aspectos
Para além da sua grande riqueza em espeleotemas é uma cavidade com presença humana confirmada desde o Neolítico antigo.
Foi identificado e recolhido, pela equipa que proveu e realizou a revisão da Carta Arqueológica de Sesimbra, um crânio humano incompleto (sem face) "encontrando-se bastante deteriorado pela acção dos agentes tafonómicos, designadamente pela acção de raízes.
Terá pertencido a um indivíduo adulto do sexo feminino com uma idade à morte superior a 45-50 anos uma vez que as suturas se encontram completamente obliteradas. O único dente que se preserva, um 2º pré-molar superior direito, apresenta um grau de desgaste bastante elevado. Foi ainda possível observar a perda antemortem do 1º pré-molar direito e a perda postmortem dos incisivos central e lateral superiores direitos."
[1]


[1] Rui Marques e Ana Maria Silva - carta arqueológica de Sesimbra, pag. 151, ano 2009.

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